OpenAI GPT-4o: O modelo que unifica texto, imagem e voz

Desde seu lançamento, o GPT-4 redefiniu os limites do que se entendia como inteligência artificial generativa. Mas com o surgimento do GPT-4o, a OpenAI deu um passo ainda mais ousado: unificar texto, imagem e voz em um único modelo multimodal, tornando a comunicação entre humanos e máquinas mais natural do que nunca.

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Cristiano Rodrigues

5/4/20253 min read

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OpenAI GPT-4o: O modelo que unifica texto, imagem e voz

Por Cristiano Rodrigues - Rec inteligência Artificial | 2 de Maio de 2025

Desde seu lançamento, o GPT-4 redefiniu os limites do que se entendia como inteligência artificial generativa. Mas com o surgimento do GPT-4o, a OpenAI deu um passo ainda mais ousado: unificar texto, imagem e voz em um único modelo multimodal, tornando a comunicação entre humanos e máquinas mais natural do que nunca.

Diferente dos modelos anteriores, que apenas interpretavam entradas textuais ou visuais isoladamente, o GPT-4o (o “o” vem de omni) é capaz de lidar com diferentes formas de informação ao mesmo tempo — e isso muda tudo.

O QUE É O GPT-4o?

O GPT-4o é um modelo de inteligência artificial multimodal criado pela OpenAI, treinado para interpretar e gerar conteúdo em três canais simultâneos:

  • Texto: como qualquer chatbot tradicional.

  • Imagem: permitindo a interpretação de elementos visuais como gráficos, fotos e manuscritos.

  • Voz: incluindo tanto o reconhecimento de fala quanto a síntese de respostas com entonação natural.

Esse modelo é o primeiro da OpenAI a integrar essas três modalidades em tempo real, com baixa latência e respostas mais fluidas — quase humanas. Em testes, ele é capaz de assistir a vídeos, interpretar memes, ouvir áudios com ruídos e até responder por voz com emoção simulada.

COMO FUNCIONA A UNIFICAÇÃO?

A inovação central do GPT-4o é sua arquitetura fusão-modal. Em vez de operar com três redes separadas (como era comum com GPT-3.5 + Whisper + DALL·E), ele processa tudo dentro de um único modelo de linguagem treinado para entender e sintetizar sinais variados.

Por exemplo, se um usuário enviar uma imagem de uma radiografia junto com uma pergunta por voz, o GPT-4o é capaz de:

  1. Interpretar a imagem (ex. localizar uma fratura);

  2. Compreender o áudio (ex. “Você vê algo errado nesse raio-x?”);

  3. Responder em voz natural: “Sim, parece haver uma fratura na tíbia distal.”

Essa fusão aproxima a IA de um comportamento cognitivo humano, onde todos os sentidos funcionam ao mesmo tempo para formar uma resposta contextualizada.

APLICAÇÕES JÁ EM USO

O GPT-4o já está sendo testado ou aplicado nas seguintes áreas:

  • Atendimento ao cliente com IA falante: Empresas estão adotando o GPT-4o para criar assistentes que falam, ouvem e respondem com naturalidade, inclusive com variação de tom e pausa emocional.

  • Análise médica: A capacidade de compreender imagens e áudio simultaneamente torna o GPT-4o ideal para análises rápidas de exames com orientação verbal.

  • Educação interativa: Professores virtuais podem usar o GPT-4o para ensinar com exemplos visuais, responder dúvidas faladas e até simular vozes de personagens históricos.

  • Audiovisual: Criadores estão usando o GPT-4o para geração automática de roteiros, legendas descritivas e revisão de vídeos com base em feedback falado.

O MODELO MAIS “HUMANO” JÁ CRIADO?

A maior crítica às IAs anteriores era sua comunicação fria e despersonalizada. O GPT-4o busca superar isso com entonação emocional e leitura de contexto multimodal. Ele pode, por exemplo, reconhecer frustração na voz do usuário e ajustar sua resposta com mais empatia.

Embora ainda esteja longe de ter consciência, muitos consideram o GPT-4o o modelo mais natural de IA já lançado. A interação é tão fluida que, em alguns testes conduzidos pela OpenAI, usuários esqueceram que estavam falando com uma máquina.

LIMITAÇÕES E DESAFIOS

Apesar das conquistas, o GPT-4o ainda apresenta desafios importantes:

  • Confusão de contextos visuais e verbais em situações ambíguas;

  • Dificuldades com sotaques extremos ou ruídos muito fortes;

  • Preocupações com privacidade, especialmente quando o modelo está integrado a sistemas de vigilância ou saúde;

  • Uso ético da voz sintética, principalmente em deepfakes e manipulações.

Por isso, a própria OpenAI impôs limitações iniciais ao GPT-4o, como o bloqueio de simulações de voz humana realista sem autorização explícita.

O FUTURO DOS MODELOS OMNIMODAIS

Com o GPT-4o, estamos entrando em uma nova era da IA — a era dos modelos omnipresentes e multimodais, em que máquinas não apenas processam, mas sentem, escutam e respondem de forma cada vez mais humana.

Especialistas apontam que os próximos passos devem envolver a introdução de tato digital, olfato sintético e integração com robótica física. O objetivo final? Criar IAs que não apenas entendem, mas vivenciam o mundo com uma percepção artificial ampla e sensível.